Apoio às Escolas ― Momento 11
Aqui vos deixo sugestões para o momento 11.
Vamos ao trabalho. Os últimos desafios lançados, tiveram características diferentes, como passo a explicar.
Desafio 158
O primeiro iria provocar que uma série de letras dessem origem a uma frase ― tratava-se de um exercício onde precisaríamos de respeitar uma ordem definida de letras, nem sempre muito simples: Desafio nº 158 – acróstico de CEIA DE NATAL
Neste desafio, tratava-se então de criar uma frase usando, para cada palavra, as letras de «Ceia de Natal», em acróstico. Mas havia uma limitação (há sempre…) ― o texto não poderia falar de Natal!
Dei este exemplo: Constança E Ilse Apressaram-se. Deveriam Entrar Naquele Ato Totalmente Atentas, Lindas. Eram fracas atrizes. Esforçadas, decoraram falas e indicações do incompetente encenador. Fora um sucesso! As manas seriam logo contactadas por um agente. Aceitaram a proposta de um ricaço de capital de província para integrarem o seu teatro privado, para o papel de amantes, à vez – seriam bem pagas por isso. Regressaram ricas e gastas. Só então perceberam que haviam perdido o barco no teatro da vida... MFS
Desafio 160
Também pegando em letras, mas desta feita 3 em sequência, era pedido isto, no Desafio nº 160 – plvrs com FAG, FIG, FOG, FUG
Comecei por pedir que encontrassem o máximo de palavras com estas sequências (não necessariamente no início da palavras). De pois de encontrar muitas, seria preciso usar 12, mas, havendo mais escolha, apagam-se as que nos trariam problemas.
É uma forma de alargar francamente o vocabulário, além de ser divertido, pois usaremos palavras pouco comuns para nós.
Dei este exemplo: Fagundes afagava o gato amarelo, presente do Figueiredo, chefe de secção, no dia da sua aposentação. Afinal, o que se lhe afigurara uma terrível condição, ser reformado, não passara de fogo de vista. Não fosse aquele incómodo no esófago, e estaria no céu. Imaginava-se viajando num foguetão, em fuga do trabalho afincado, das faces afogueadas pelo stress, produzindo infográficos de qualidade. Foi, porém, uma felicidade fugaz. O fogão, onde cozia a fogaça, estoirou, e o gato fugiu… MFS
Desafio 161
Este desafio está a provocar textos incríveis. Trata-se de um quebra-cabeças, pois peço um texto dando 14 palavras obrigatórias, só ficariam 63 em falta.
Aqui ficam as tais 14 palavras do Desafio nº 161 – 14 palavras com fisga, que podem ser adaptadas:
FISGA VELHO BONÉ TRIPA FAGOTE MOFO MOSCA
CHÃO RUMO VÍCIO TÓXICO PRATICAR AZEITE CEREAL
Mas, atenção ― continua a ser melhor escrever mais do que as 77 palavras, pois é no trabalho de edição do texto que cresce a mestria na escrita.
Dei este exemplo: Abílio praticava no fagote a música da Banda onde acabara de entrar. O boné da farda jazia na estante que segurava a partitura no chão irregular da casa do azeite. O pai, velho cheirando a mofo, não aguentava ouvi-lo. Abílio tocava para as moscas, que, satisfeitas, dançavam. A fisga sobre os cereais, deixava-o esquecido do vício de caçá-las. Um tóxico fá sustenido rumou até Mariazinha, desassossegando-lhe as tripas. Amante de Abílio e dura de ouvido, adorava escutá-lo. MFS
Desafio 159
Vamos ao último. No Desafio nº 159 – lutar por fazer a diferença, alargaremos o campo, dando espaço para textos mais livres, sem nunca deixar os alunos sem tema. Certamente, conhecem a história do colibri, de quem todos os animais gozavam durante um incêndio, ao vê-lo levar uma gota de água de cada vez que voltava do rio. O remate da história diz que o colibri respondeu que fazia o que podia, mesmo sendo pouco, para ajudar, e os outros ficaram calados...
E, pegando nesta ideia, lancei o desafio assim: escrever uma história em que alguém dá o exemplo de, mesmo sendo uma gota num oceano, acreditar na sua missão de lutar pela mudança, pela vida.
Dei este exemplo: Desistir, nunca. Enquanto tivesse forças para isso, continuaria a levar, de manhã, pão quente à junta de freguesia, o pão do último forno de lenha da aldeia, em risco de ser engolido pelos gigantes da pastelaria. Primeiro, contagiou os funcionários. Esperavam por ela com prazer, depois solidariedade. Depois, o presidente, que a quis conhecer. Leu nos seus olhos uma vida de dedicação. Compreendeu. Era uma mais-valia da aldeia. Um ponto diferenciador. Sorriu-lhe: iriam juntos salvar aquele forno. MFS
Bom trabalho, um abraço a todos
Margarida Fonseca Santos
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